Trabalhadores da Apple e Samsung no Vietname são obrigados a dormir em fábricas para evitarem infecções

Informações apontam que estas fábricas criaram dormitórios improvisados, com tendas ou beliches de ferro e bambu e, quem vai à casa, tem de ficar em quarentena antes de apresentar teste negativo

A Apple e a Samsung querem garantir que é cumprido o calendário de lançamento dos seus próximos topos de gama. Para tal, as fábricas que estão a tratar da produção estão a adoptar medidas extraordinárias para reduzir ao máximo a possibilidade de os trabalhadores serem infetados com Covid-19.

 

Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, os trabalhadores de alguns destes parceiros das gigantes tecnológicas no Vietname têm dormido nas fábricas, garantindo assim que a produção continua sem constrangimentos.

 

Alegadamente, estas fábricas criaram dormitórios improvisados, com tendas ou beliches de ferro e bambu e, quem vai à casa, tem de ficar em quarentena antes de apresentar teste negativo.

 

Nas províncias do norte de Bac Ninh e Bac Giang, um importante centro de manufatura que abriga a Samsung Electronics Co e os principais fornecedores da Apple Inc., as autoridades dizem que cerca de 150.000 trabalhadores vivem em parques industriais para reduzir o risco de infecções.

 

No centro comercial da cidade de Ho Chi Minh, cerca de 22 empresas com uma força de trabalho de 25.000 também montaram locais para dormir em casa para um número não especificado de funcionários, de acordo com o os media locais.

 

De lembrar que a economia do sudeste asiático beneficiou de uma mudança nas cadeias de abastecimento do mundo, atraindo uma manufatura mais sofisticada em meio ao aumento dos custos da mão de obra chinesa e à guerra comercial Estados Unidos-China. O investimento estrangeiro maciço criou dezenas de milhares de empregos em fábricas em algumas das localidades mais pobres do continente.

 

Essa realidade contrasta muito com o que acontece em países ricos onde os funcionários de várias empresas refugiam-se do vírus recorrendo ao teletrabalho para executarem os seus trabalhos do dia-a-dia.

 

Infelizmente, essa abordagem é necessária nos países em desenvolvimento que dependem de trabalho físico para garantir que suas economias dependentes de exportação continuem avançando.

 

A forma como estes trabalhadores estão a ser tratados está a gerar múltiplas críticas, sobretudo à Apple numa altura em que a empresa está a ter dificuldades em voltar ao registo de trabalho a partir dos seus escritórios em Cupertino, nos EUA.

 

Fonte: Blooberg

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