O Pegasus tem por base um spyware - uma espécie de vírus informático que se instala no smartphone sem o utilizador saber, quando este clica num link fraudulento
Cerca de 180 jornalistas dos mais prestigiosos meios de comunicação social de todo o mundo, desde o The New York Times ao El País ou a Al Jazeera, passando pelas agências AFP ou Reuters, fazem parte de uma lista de 50 mil nomes de potenciais alvos de vigilância cibernética do programa Pegasus, criado pela empresa israelita NSO.
Este está disponível apenas para entidades governamentais, alegando-se que o seu objectivo é ser usado apenas contra criminosos e terroristas.
A revelação faz parte de uma investigação do The Guardian, junto com 16 outras organizações de media, publicada no domingo. O jornal britânico promete revelar nos próximos dias a identidade de outras pessoas na lista, à qual tiveram acesso, e que incluirá nomes de presidentes, primeiros-ministros, membros de governos, académicos, funcionários de organizações não-governamentais, empresários e até líderes religiosos.
O Pegasus tem por base um spyware - uma espécie de vírus informático que se instala no smartphone sem o utilizador saber, quando este clica num link fraudulento. Os primeiros links terão surgido em 2011, mas desde 2016 que se fala de que o programa está a ser usado para vigiar ativistas dos direitos humanos e não só.
A presença do nome na lista a que o The Guardian teve acesso (teve origem numa fuga de informação, chegando às mãos da organização francesa Forbiden Stories e à Amnistia Internacional) não garante obrigatoriamente que o telemóvel está sob vigilância do Pegasus. Contudo, uma análise forense a um pequeno número de telemóveis de pessoas na lista revelou que mais de metade tinham vestígios o programa.
Segundo o The Washington, outro dos parceiros da investigação, a mulher do jornalista saudita Jamal Kashoggi foi alvo do Pegasus seis meses antes dele ser assassinado (em outubro de 2018), mas os analistas não conseguiram provar se a tentativa de aceder ao aparelho foi bem sucedida. Já o da noiva, Hatice Cengiz, foi acedido dias depois de ele morrer no interior do consulado saudita em Istambul.
A NSO nega qualquer irregularidade. A empresa afirma que seu software destina-se ao uso contra criminosos e terroristas e está disponível apenas para militares, policiais e agências de inteligência de países com bom histórico de direitos humanos.
A companhia israelita afirma que a investigação das suas entidades está "repleta de suposições erradas e teorias não corroboradas".
Esta não é a primeira vez que a NSO está em controvérsias. Em 2019, o WhatsApp, havia processado a empresa israelita, alegando que ela estava por trás de ataques a 1,4 mil smartphones com o Pegasus.
Fonte: The Guardian
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José Luciano
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