Vários factores têm contribuído para esta crise sectorial cujo o principal, obviamente, é a pandemia, que levou a economia global a uma recessão no ano passado, alterando as cadeias de suprimentos e mudando o padrão de vida dos consumidores
Actualmente, várias empresas tem enfrentado grandes dificuldades para adquirirem semicondutores, chips responsáveis pela comunicação interna de equipamentos electrónicos. A escassez de componentes, tem tido efeitos negativos, gerando acidentes de trabalho e o encerramento de fábricas.
Vários factores têm contribuído para esta crise setorial cujo o principal, obviamente, é a pandemia de Covid-19, que levou a economia global a uma recessão no ano passado, alterando as cadeias de suprimentos e mudando o padrão de vida dos consumidores.
Devido a pandemia, várias pessoas ao redor do mundo tiveram que ficar em casa devido as medidas de biossegurança impostas pelos governos.
Presos em casa, os consumidores começaram a comprar tecnologia - e continuaram a comprar. Compraram computadores melhores e monitores maiores para poderem trabalhar a partir de casa.
As empresas que os fabricam não conseguem acompanhar o aumento da procura, pelo que os preços dispararam. Isso contribui para a escassez e aumenta os custos de painéis de cristal líquido, componentes essenciais para a produção de televisões e portáteis, bem como carros, aviões e refrigeradores de última geração.
Além disso, as sanções dos Estados Unidos a empresas de tecnologias chinesas também contribuíram para a baixa da ofertas desses produtos.
Recentemente, a Samsung disse que está a trabalhar para reduzir a escassez de chips e de outras peças importantes o que tem impactado a venda de smartphones. Devido a isso, a marca teria desistido do suposto Galaxy Z Flip 3 Lite, que era esperado para o mês de Agosto.
Rumores há que o cancelamento do Galaxy Note 21 e do Galaxy S21 FE também teriam sido motivado pelos problemas na cadeia de fornecimento de semicondutores.
Já Apple disse que a receita da empresa deve cair entre US$ 3 mil milhões e US$ 4 mil milhões no segundo trimestre deste ano por causa das restrições de ofertas. O problema deve afectar, principalmente, a fabricação de iPads e Macs.
A Intel estaria a preparar-se para construir mais duas fábricas de chips para, assim, dar resposta à escassez que o mundo enfrenta.
Por seu turno, a Sony anunciou recentemente aos analistas de mercado que a escassez vai registar-se pelo menos até 2022.
O responsável financeiro da companhia nipónica, Hiroki Totoki, afirmou que “não creio que a procura vai baixar este ano e, mesmo que asseguremos muitas mais unidades e produzamos muitas unidades da PlayStation 5 até ao próximo ano, o fornecimento não vai ser capaz de acompanhar a procura”.
No entanto, a situação não é inédita, a Nintendo, a maior concorrente da Sony, também já avisou que espera sofrer repercussões com a falta de componentes.
Com a chegada da pandemia, as fabricantes de automóveis foram surpreendidas. As mesmas tiveram que fechar as fábricas durante os confinamentos porque ninguém podia ir as concessionárias, o que reduziu a procura. As fabricantes foram ainda mais longe pedindo aos fornecedores que parassem de enviar componentes, incluindo chips, que são cada vez mais essenciais nos carros.
Depois, no final do ano passado, a procura começou a aumentar. Motivadas pelo alívio das restrições, as pessoas queriam sair, mas evitavam os transportes públicos.
As fabricantes reabriram as fábricas e tiveram de pedir aos fornecedores de chips como a TSMC e a Samsung a retomarem a produção. No entanto, a resposta não foi a esperada, os fornecedores não conseguiam produzir chips com rapidez suficiente para os seus clientes dificultando assim a vida das montadoras de veículos.
Em média, um carro precisa de 50 a 150 componentes, que são usados em diversas partes, do sistema de condução ao controlo de navegação.
Em Abril, a Ford afirmou que vai reduzir a produção de carros em 1,1 milhão de veículos neste ano, o que deve cortar um lucro de US$ 2,5 mil milhões
Outra consequência dessa escassez está na aumento desenfreado dos preços, que deve impactar a inflação anual. Analistas estimam que tudo isso vai ser bem sensível ao bolso do consumidor. Estima-se que a oferta reduzida poderá aumentar os preços entre 1% e 3% nas categorias afectadas.
Em quase todos os países, a maior parte da população já sente os impactos financeiros da situação, pois os revendedores estão com o estoque bem abaixo do normal.
No passado mês de Maio, Wang Xiang, presidente da Xiaomi, alertou para a possibilidade de, em breve, haver um aumento dos preços de smartphones.
Por causa da escassez global, os custos de produção de smartphones estão a aumentar. Logo, a Xiaomi pode absorver alguns desses custos para evitar que os preços do consumidor subam.
De recordar que outras fabricantes também pretendem aumentar o preço dos seus produtos para compensar os prejuízos causados pela escassez impactando directamente no bolso do consumidor.
Da nossa parte, resta esperar que dias melhores cheguem e aliviem o sofrimento causado pela escassez que tem afectado não só os consumidores, mas também a indústria e que se não for solucionado a tempo, pode causar o despedimento de várias pessoas.
Fonte: Tecangologies
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José Luciano
José Luciano é um informático apaixonado pela intersecção entre tecnologia e sociedade, buscando constantemente desvendar os mistérios do mundo digital e traduzi-los em insights compreensíveis.
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