Cientistas alemães anunciam quinto paciente curado da SIDA

Mesmo com os casos de cura, especialistas alertam que o transplante não é uma alternativa segura e viável ao tratamento do HIV e nem indicado a todos os pacientes, apenas para quem tem estágio de cancro avançado, já que envolve muitos riscos e depende de doadores compatíveis

Num estudo publicado nesta segunda-feira 20, pela revista científica Nature Medicine, um grupo de cientistas do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, anunciaram o quinto paciente curado do HIV – vírus que provoca a SIDA – após transplante de medula óssea. Segundo o relatório, o homem de 53 anos, cuja identidade não foi revelada, tinha leucemia, era positivo para HIV tipo 1 (HIV-1) e entrou em remissão para o vírus depois que recebeu células-tronco de um doador com genética resistente ao vírus, tal como os casos anteriores.

 

Antes do caso desse "paciente de Düsseldorf", outros quatro pacientes com HIV conseguiram ser curados. O primeiro deles era de Berlim, em 2009; o segundo, de Londres, em 2019; o terceiro foi uma mulher, em 2022; e o quarto, um homem de 66 anos, também em 2022.

 

Mesmo com os casos de cura, especialistas alertam que o transplante não é uma alternativa segura e viável ao tratamento do HIV e nem indicado a todos os pacientes, apenas para quem tem estágio de cancro avançado, já que envolve muitos riscos e depende de doadores compatíveis.

 

Pesquisadores também dizem que é difícil provar conclusivamente que alguém está curado do HIV. “O vírus pode permanecer escondido dentro de células imunológicas de vida muito longa, além dos métodos disponíveis para detectá-los ainda serem limitados”, escreveram as especialistas em HIV, Sharon Lewin e Jennifer Zerbato, no The Lancet, em 2020.

 

De qualquer forma, esse estudo serve como mais uma evidência de que as terapias de edição de genes direcionadas aos receptores CCR5 podem ser a chave para a cura da SIDA.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Nature Medicine

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