Cientistas ressuscitam células e tecidos de porcos uma hora após a morte

Os pesquisadores, que usaram cerca de 100 porcos no projecto, disseram que a técnica pode eventualmente estender a saúde dos órgãos humanos durante a cirurgia e expandir a disponibilidade de órgãos doados

Um grupo de cientistas dos Estados Unidos usaram um novo procedimento para restaurar muitas funções biológicas em porcos que estavam mortos há mais de uma hora, levantando questões profundas sobre a fronteira entre a vida e a morte.

 

O projecto da Universidade de Yale estende um experimento inovador que restaurou algumas funções cerebrais em porcos decapitados há três anos. No desenvolvimento mais recente, a equipa restaurou a circulação sanguínea e a actividade celular nos corpos de animais inteiros que foram anestesiados e depois mortos por um ataque cardíaco induzido.

 

Os cientistas usaram uma forma sintética de hemoglobina - a proteína que transporta oxigénio nos glóbulos vermelhos. Administraram também medicamentos que protegem as células e previnem a formação de coágulos sanguíneos. O sangue começou a fluir novamente e muitas células voltaram a funcionar, inclusive em órgãos vitais como coração, fígado e rins, durante as seis horas seguintes.

 

Os pesquisadores, que usaram cerca de 100 porcos no projecto, disseram que a técnica pode eventualmente estender a saúde dos órgãos humanos durante a cirurgia e expandir a disponibilidade de órgãos doados.

 

No entanto, esta técnica levanta várias questões, como médicas, éticas e até filosóficas.

 

Entre as dúvidas, está o "aumento do risco de que as pessoas ressuscitadas não consigam recuperar de um estado de suporte de vida", alertou Brendan Parent, bioeticista da Grossman School of Medicine da Universidade de Nova York, num comentário publicado em paralelo pela revista.

 

Fonte: Financial Times

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