O caso de Thomas não é o único. Segundo uma análise realizada pela Chainalysis, uma empresa de dados de criptomoedas, cerca de 20% dos 18,5 milhões de Bitcoins existentes estão inacessíveis. Segundo os valores mais recentes, isso representa cerca de 140 mil milhões de dólares
Há dez anos, o jovem programador alemão Stefan Thomas, morador da cidade norte-americana de San Fracisco, recebeu 7.002 bitcoins como recompensa por fazer um vídeo onde ele explicava detalhes sobre o funcionamento da criptomoeda. Naquela época, cada bitcoin valia de 2 a 6 dólares, mas o programador preferiu guardá-los em sua carteira digital e “esquecê-los” nela.
Agora, a mesma password é o que separa Thomas Stefan de cerca de 220 milhões de dólares. O grande problema é que Thomas não se lembra qual é.
O sistema de segurança da Bitcoin prevê a utilização de uma palavra-chave para desbloquear a chamada IronKey, um conjunto de códigos que permitem abrir a carteira virtual e aceder às moedas digitais. O sistema permite até 10 tentativas. Depois disso inicia um processo de encriptação total, bloqueando o acesso às criptomoedas adquiridas.
O alemão já utilizou oito das 10 hipóteses que tinha, mas sempre sem conseguir entrar na carteira digital onde tem perto de 7.000 bitcoins. “Fico deitado na cama a pensar nisso. Depois vou ao computador com uma nova estratégia, e não funciona e eu fico desesperado outra vez”, conta ao The New York Times.
O caso de Thomas não é o único. Segundo uma análise realizada pela Chainalysis, uma empresa de dados de criptomoedas, cerca de 20% dos 18,5 milhões de Bitcoins existentes estão inacessíveis. Segundo os valores mais recentes, isso representa cerca de 140 mil milhões de dólares.
Desde Outubro, a Bitcoin tem vindo a valorizar significativamente, tendo ultrapassando os 30 milhões de euros, o valor mais alto alguma vez registado. Este aumento tem levado os investidores a procurar levantar o seu dinheiro, mas as passwords são, normalmente, um entrave. O Wallet Recovery Services, uma empresa que ajuda a encontrar acessos perdidos, tem recebido cerca de 70 pedidos de ajuda por dia, o triplo do que recebia há um mês.
Brad Yasar, um empreendedor de Los Angeles, passou pelo mesmo dilema: “Ao longo dos anos, passei centenas de horas a tentar voltar a estas carteiras”, conta a mesmo jornal. Yasar investiu na criptomoeda logo quando esta tecnologia apareceu, mas perdeu a password há vários anos.
Os investimentos que fez ainda estão em disco externos, impossíveis de aceder. Colocou-os em sacos em vácuo, para não se estragarem, e guardou-os longe para evitar que se tornassem numa constante lembrança do dinheiro que Yasar podia ter e não tem.
Fonte: New York Times
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José Luciano
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